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Inferno pessoal

Saudade dói. Às vezes, tanto quanto ou até mais que dor física. Momentos bons machucam. Cada lembrança vira uma agulha. Ou até uma faca. E não dá pra tirar, não dá pra esquecer. Você pode até tentar fingir que não está lá, e fazer alguma coisa, mas parece que piora, parece que tudo passa a te lembrar justamente o que você queria esquecer.

Você está lá, de boa, bebendo água. Ou vendo TV. Ou deitado esperando o sono chegar. E do nada, vem na sua cabeça milhares de lembranças de quando estava tudo bem. E depois vem lembranças de como tudo deu errado. E depois memórias mais antigas de como era tudo tão feliz no começo. E quando você dá por si, já está repensando toda a sua vida.

Inferno pessoal. O nome já diz e cada um tem o seu. E, acredite, todo mundo tem o seu. Mas é irônico como uma mesma pessoa pode ser seu paraíso e seu inferno num período consideravelmente curto. Alguns podem tentar não se envolver, não se apegar, não se magoar. Tolice. Não tem para onde correr. Assim como a morte, vem para todos. Ninguém está imune.

Se for para enxergar um lado bom, é que isso te faz mais forte. E de certa forma, te prepara. Não tem como fugir da própria vida. Não se escapa do amor. No final das contas, você quase sempre chega a conclusão que vale a pena. Só de ver o sorriso da pessoa que você ama e sentir como se nada no mundo pudesse interferir na sua felicidade, você chega a conclusão que vale o risco. Mas é o que dizem, "o caminho até o paraíso, passa por milhas de inferno nublado".

Talvez o amor seja um erro. Talvez seja a nossa pior fraqueza. Afinal, também já ouvi dizer que "as piores coisas que os homens já fizeram foram em nome do amor". Mas talvez, e só talvez, esse seja o nosso maior acerto. O que nós temos de mais perto da magia. É uma questão difícil. Mas uma coisa é certa: é o que nos dá a certeza de que estamos vivos.

Um abraço a todos.

~Larissa Broedel.

"Os amantes despertaram!"

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